Exposição Dois Tempos, Um Mesmo Olhar
- Quartier des Arts
- 9 de nov. de 2021
- 2 min de leitura
ARTS QA – PELA CURADORA ADRIANA REDE -
Queridas Quartières,
É um prazer interagir com vocês aqui no Arts QA!
Gostaria de compartilhar uma exposição que acabei de inaugurar em museu em Curitiba, onde elaborei a curadoria fazendo uma analogia entre as obras de um pintor do século XIX, que dá nome ao museu e o artista contemporâneo Alexandre Frangioni. Algumas de vocês conheceram o Alexandre em visita que fizemos juntas a Exposição Memória e Engajamento, coletiva na Galerie Bresil, no final de 2019.
Segue o texto sobre a exposição e um vídeo muito símpático do Alexandre. Espero que gostem!
Museu Casa Alfredo Andersen Exposição Dois Tempos, Um Mesmo Olhar
Dois artistas, duas personalidades com estilos e técnicas distintas, separados por mais de um século. Alfredo Andersen, de origem norueguesa, nascido em 1860, residente e cidadão de Curitiba nos seus últimos trinta anos de vida. Alexandre Frangioni, brasileiro de São Paulo, nascido na década de 1960.
Hoje, juntos, com suas obras lado a lado em exposição no Museu Casa Alfredo Andersen, impressionam e seduzem o olhar, não só pela expressão de suas obras, como pela profunda afinidade dos temas.
Como memórias de um tempo remoto, Andersen nos desloca para seu mundo, com obras surpreendentes e valorosas para o entendimento social, político e até etnográfico da época. Com profunda observação da atualidade, século XXI, Frangioni nos conduz a temas primordiais e análogos, que continuam tão presentes, apesar de já conhecidos.
Surpreendentemente, percebemos que os artistas dialogam, ambos abordando em suas obras temas essenciais da vida moderna. As cartas escritas pelo artista Alfredo Andersen, no início do século passado, são verdadeiros documentos que expressam sua vivência e trajetória artística. Tratam de duas principais vertentes: da questão financeira, consequentemente da situação política do Brasil à época; e dos retratos, na visão diferenciada do artista.
Já as obras de Alexandre Frangioni escolhidas para a exposição tratam dos mesmos dois temas, com formatos e técnicas totalmente contemporâneos: questões monetárias relativas à nossa época; e a superexposição por meio de retratos. Ambos os artistas se debruçam em questões de seu tempo, absolutamente análogas e atuais, passado e presente, para se pensar o futuro.

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