Talento brasileiro além-fronteiras
- Monsieur Serin
- 15 de abr. de 2021
- 2 min de leitura
ENCANTOS DA MÚSICA POPULAR - POR MONSIEUR SERIN
ARY BARROSO
Atendendo ao amável convite de Rita Lobo, passarei a escrever aqui sobre música popular nacional e internacional. Começarei com um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos: Ary Barroso. Nascido em 1903, em Ubá, Minas Gerais, Ary Evangelista Barroso, mudou-se aos 17 anos para o Rio de Janeiro para estudar Direito. Adepto da boemia e amante da música, abandonou a faculdade no segundo ano de direito, retornando tempos depois, conseguindo obter o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais, na Universidade do Rio de Janeiro. Suas economias acabaram e, graças aos seus estudos de piano na infância e na juventude em Ubá, empregou-se como pianista no Cinema Íris, no Largo da Carioca e, mais tarde, na sala de espera do Teatro Carlos Gomes com a orquestra do maestro Sebastião Cirino. Tocou ainda em diversas orquestras. Nos anos 1930, escreveu as primeiras composições para o teatro musicado carioca.
A partir de 1943, apresentou, durante vários anos, o programa “A hora do calouro”, na Rádio Cruzeiro do Sul do Rio de Janeiro, no qual revelava novos talentos musicais. Também trabalhou como locutor esportivo, tornando-se folclórico por torcer, descaradamente, pelo Flamengo em suas transmissões.
Ary foi autor de centenas de composições em estilos variados, como choro, xote, marcha, foxtrote, samba e compôs, ao todo, 264 músicas. Entre outras belíssimas criações, incluem-se “No Tabuleiro da Baiana” (1936), “Na Baixa do Sapateiro” (1938), “Os Quindins de Yayá” (1941), “Boneca de piche” e “Rio de Janeiro” (1945), que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor canção original.
“Aquarela do Brasil” tornou-se um estrondoso sucesso, foi gravada diversas vezes no Brasil e teve centenas de gravações em todo o mundo e é, até hoje, uma das músicas que mais recebem direitos autorais no exterior.
Recebeu o diploma da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood pela trilha sonora do longa-metragem “Você já foi à Bahia?” (1944), de Walt Disney.
Faleceu no Rio de Janeiro em 1964, de cirrose hepática decorrente do alcoolismo.
Selecionei duas belas gravações de Aquarela do Brasil, uma com Gal Costa e outra com Frank Sinatra.


ARY BARROSO
GAL COSTA
FRANK SINATRA
Comments